sexta-feira, julho 07, 2006

Um país chamado Okinawa



Para nossa viagem de lua-de-mel escolhemos como destino Okinawa, uma província no extremo sul do Japão (cerca de 3 horas de avião partindo de Tokio), considerada o Havaí japonês.
Eu via fotos de praias assim nas revistas e folhetos de viagem mas imaginava que um mar de uma cor assim não devia existir de verdade, com certeza era alguma maquiagem na foto, truque, enfim, não acreditava.
Pois bem, meu queixo caiu ao chegar na praia. Existe, sim! Meu Deus, que lindeza, que cores, vários tons de azul e dependendo do horário do dia, tons de verde também! Tirei fotos e mais fotos desse maravilhoso mar, mas infelizmente todas as fotos ficaram no Brasil. Estas que coloquei neste post são apenas ilustrativas.
Já fizemos no total três viagens para Okinawa e procurarei fazer um apanhado geral dessas experiências.
Na primeira vez, de cara já percebemos que Okinawa é um lugar totalmente diferente do restante do país, daí o título deste post. De repente, num momento de devaneio, dá até para pensar que estamos no Brasil, avenidas largas, coqueiros, casas de cimento, a faxada do comércio pintada à tinta na parede, caixas d'água nos telhados das casas... no restante do Japão, ruas estreitas imperam em quase todas as cidades, coqueiros? Só se for em anúncio de revista e casas de cimento? Num país assentado sobre não sei quantas placas tectônicas, sujeito a terremotos a qualquer momento? Nem pensar, as casas são fabricadas sobre uma base assentada sobre molas para balançar junto com o terremoto. Já em Okinawa, não se tem terremoto, mas em compensação é o primeiro a ser atingido por tufões, que como vêm do mar, chegam com força total. Todos os verões, vemos nos noticiários os estragos deixados pelos tufões, que não são poucos a cada ano. Okinawa é uma das mais castigadas. Por esse motivo também, as casas lá têm grades de proteção nas janelas, para evitar que objetos sejam jogados para dentro das casas durante a ventania. Pior que quando vi essas grades já pensei em ladrões! Neura de brasileiro é fogo! rs
As caixas d'água são porque não existe muita água doce na ilha, boa parte da água para consumo vêm do mar, através de canos enoooormes que processam e filtram a água salgada. Outra diferença é o povo. Nada de caras brancas feito papel (modelo de beleza para padrão japonês). A maioria tem rosto moreno. Olhando para seus rostos, às vezes passa a impressão que são mestiços. O povo okinawano se originou de grupos vindo de chineses de Formosa e Filipinas, daí seus traços diferentes. Eles têm também um dialeto completamente diferente do japonês, mas hoje em dia quase ninguém mais o usa, apenas os mais idosos. Mas algumas palavras você vai ouvir com frequência lá: mensore (bem vindo), uminchu (pessoa do mar, no caso okinawano), uchinachu (pessoa da terra), yanbaru (esforço)...



Estes leões ou dragões saõ chamados shisas. São originários da China e são amuletos da sorte. O de boca aberta é a fêmea para chamar sorte e prosperidade e o de boca fechado é o macho, para manter a felicidade e sorte dentro de casa. É muito comum encontrar esse casal de shisas na entrada das casas.



Okinawa tem tradição de fabricante de vidro também e é muito comum encontrar várias lojas vendendo copos e louças artesanais. No parque temático Ryukyu OOkoku, no sul de Okinawa você encontrará uma síntese da cultura okinawana. Lá você pode ver os artesãos fabricando os copos sob um calor insuportável. Se pagar uma taxa você pode até fazer o seu copo original. Bom, preferimos comprar alguns copos e recomendo mesmo desta marca, Ryukyu. Usamos esses copos no dia-a-dia e estão inteiros depois de 5 anos. Já outro que compramos de outro fabricante, quebrou na minha mão em poucos meses!




Neste parque, você pode ver também uma apresentação da dança folclórica Eisa. Difícil não se empolgar com sua dança e tambores. Não sei se são dançarinos ou acrobatas, tal as manobras que fazem no palco. Vale a pena aguardar uma apresentação. Creio que devem ter umas três ou quatro durante o dia.



Já no extremo norte da ilha, você pode visitar o aquário Churaumi, considerado o maior do Japão. Infelizmente, da última vez que estivemos lá, o aquário ainda estava em construção. Mas pelas fotos, deve ser lindo e o tamanho, impressionante. Aproveite também para ver o show de golfinhos e pinguins, muito gracinhas.
















Já o comércio, recomendo você visitar Kokusai Doori na capital de Okinawa, Naha. Apesar de encontrar souvenirs nos pontos turísticos ou nos hotéis, nessa avenida que abriga uma enorme galeria de lojas, você vai encontrar preços bem mais camaradas. De quebra, pode aproveitar e comer algumas frutas tropicais no palito como abacaxi, manga ou dragon fruit ou pitaya. Essa fruta lembra kiwi mas tem textura bem mais leve. Geladinha é uma delícia! Você vai encontrar lá também duas lanchonetes brasileiras. Olha, a japonesada faz fila para comer pastel com guaraná lá! Os donos são super simpáticos, a conversa engatou que quase ficamos até o final do expediente. Tinha também uma senhorinha que vendia umas bananas deliciosas, lembrava a banana ouro do Brasil. Compramos duas pencas para comer no hotel...rs Explico a gulodice, aqui só tem banana nanica! Vocês não imaginam a saudade que tenho de uma banana maçã, prata, ouro! A arrumadeira do quarto do hotel deve ter pensado que tinha macaco no quarto! kkkkk




Não poderia deixar de falar da culinária dessa província, uma das mais deliciosas. Esse legume que você vê acima se chama goya ou nigauri. Creio que em inglês, seja conhecida como bittermelon. Bom, daí já dá para ter uma idéia do sabor dela. Sim, beeeem mais amarga do que o jiló, pode apostar. Se você gosta, como eu, não deixe de experimentar o goya champuru, um refogado desse legume com tofu, carne de porco e ovos.


Outra delícia é esse macarrão típico da ilha, soki soba. Vem com pedaços bem macios de costela de porco. Coloque beni shoga (conserva de gengibre), casa muito bem com o prato.




Para beber, experimente o sanpim cha, um mix de chá verde com jasmim e outros chás chineses. Tomamos litros dele, gelado é imbatível. Tem também o chá de goya que, por incrível que pareça, não é amargo, lembra o chá verde e o ukon cha, chá de curcuma, muito bom também!

Na parte de doces, adorei o saatan dague, uma espécie de donut muito crisp por fora e macio por dentro. É melhor ainda comer quentinho! Existem muitas barraquinhas vendendo o doce feito na hora, não deixe de experimentar!
Usa-se muito a batata doce roxa para preparar doces em Okinawa, de batata chips a sorvete. Outra marca é o açúcar de cana. Se você gosta de rapadura, vai matar a saudade lá, ow xente! Você vai encontrar rapaduras aromatizadas com gengibre, canela, abacaxi... Lá tem para degustação de todas essas variedades, aproveite! O açúcar mascavo de Okinawa é muito apreciado em todo o Japão. Eles vendem a cana limpa em pacotes fechados à vácuo, para quem gosta de chupar, é um prato cheio! Tem canavial para tudo quanto é lado lá, só faltava mesmo alguém vender uma garapa, aí minhas lombrigas iriam ficar satisfeitíssimas!

Gente, esse post ficou enooooorme! Você ainda está me lendo? rs
Bom, tem ainda mais coisas para falar de Okinawa, mas vou encerrar o post por aqui. Retomarei outro dia. Beijos e aguardem!

domingo, julho 02, 2006

Vida universitária

Tirei as fotos do campus da Unicamp em preto e branco. Acho que foi porque, sem querer ser dramática, minha vida universitária foi vivida em preto e branco. Como pós-graduanda, não tenho mais que assistir aulas, então, vou lá apenas uma vez por semana, mas sempre que passo pelas guaritas de uma das várias entradas do campus, tenho uma sensação desagradável, como se aquele não fosse meu lugar. Uma vez encontrei uma garota dentro de uma dessas peruas que funcionam como lotação que me disse que sentia uma repulsa quase física pela faculdade, ela tinha passado no vestibular para engenharia de alimentos, mas só tinha conseguido completar o primeiro ano antes de pedir transferência para uma faculdade do sul do país, de onde tinha vindo. Acho que ela veio para Campinas naquela ocasião apenas para pegar alguns papéis para sua nova faculdade, também nem lembro como começamos a conversar, mas foi como se tivesse encontrado uma alma gêmea.

Para que minha reação seja mais compreensível talvez seja preciso explicar como entrei na universidade. Foi no segundo vestibular, Filosofia tinha sido minha opção para o caso de não conseguir passar em nenhuma outra universidade pública. Estava prestando vestibular para jornalismo na Usp e biologia na Unesp (dá para ter uma idéia de como estava perdida, não é? Aliás, até hoje! rs). Não passei em jornalismo e não achava que passaria em biologia, porque tinha feito um curso técnico e não tinha visto quase nada de química e física. Enquanto prestava os vestibulares, recebi a notícia de que tinha ganhado uma viagem para o Pantanal em um concurso promovido por um grande jornal de SP. Tinha ficado em segundo lugar, o primeiro ganhava uma viagem para Fernando de Noronha (Suspiro!). Marquei a viagem para a primeira semana de março, ia perder a primeira semana de aulas, mas nem pestanejei. Tinha passado em Filosofia e já estava com a matrícula feita. Não tinha qualquer entusiasmo para começar minha vida universitária.

Acordei cedo no dia da viagem, peguei minhas coisas e fui de ônibus sozinha até SP para pegar o avião, foi meu primeiro vôo e adorei tudo. Ia acompanhar um projeto de preservação das araras azuis junto com uma bióloga, a Neiva do Projeto Arara Azul. Desci em Campo Grande e dormi em sua casa na primeira noite. No dia seguinte, partimos em direção à estrada que liga Campo Grande a Corumbá. Ficamos alguns dias hospedadas em um hotel no meio do nada e alguns dias em uma Fazenda da Embrapa, passamos o tempo todo andando no mato, dentro da água e nos areiais em busca das araras e de seus ninhos, foi uma experiência mágica! Na hora de ir embora, quase pedi para a Neiva me deixar ficar ali ajudando com as araras. Não queria mais voltar, mas voltei e dei início à minha vida universitária, sem ânimo, querendo estar em outro lugar. O pior era saber que tinha ficado na lista de espera no curso de biologia e não ter ido até lá para ver se conseguia uma vaga, mas era longe, em Botucatu, e não teria condições de me manter em outra cidade.

A melhor coisa que aconteceu enquanto estudava foi ter conhecido meu marido, entretanto, tê-lo conhecido também me fez prolongar minha permanência na universidade, escrevi um projeto e consegui uma bolsa de estudos e continuei, por mais 9 anos.

Uma das ruazinhas que cruzam a praça central

Mesa em uma das várias cantinas do campus

A teatro de arena. Nunca vi nada ser apresentado aqui, mas já tentei tirar um cochilo em um de seus bancos de concreto quando arranjei um emprego. No primeiro ano, tinha começado a trabalhar à noite em um restaurante chinês. Acordava às 5 da manhã, pegava um ônibus para a cidade vizinha e de lá pegava o fretado que me levava até à Unicamp. Voltava para a tal cidade vizinha depois das aulas, trabalhava até às 11 da noite e pegava o último ônibus para voltar para casa. Isso durou só três meses. Desisti, vencida pelo cansaço. A gente faz coisas doidas quando é adolescente, não é mesmo?


Copa do Mundo



Estava esperando o final da Copa para postar aqui, mas hoje nosso sonho do hexa foi adiado. A vitória da França foi mais que merecida, jogaram muito melhor, tiveram mais acertos e Zidane e Henry brilharam com suas jogadas excelentes. Já a nossa seleção... onde foi parar o talento dos nossos Ronaldos, de Adriano, de Kaka?
A campanha da nossa seleção foi ruim desde o começo, os jogadores pareciam estar dormindo em campo, não acertavam o passe, não havia sintonia nenhuma entre os jogadores. Muito diferente da Copa de 2002, apesar de todas as reclamações contra o Felipão de que não havia uma boa defesa na seleção, os jogadores brilharam. Ronaldo brilhou e encantou a todos com seus dribles e gols.
Eu e meu marido estivemos lá, na final de 2002. Foi um dia memorável, a ser lembrando para o resto de nossas vidas e que renderá uma boa estória para ser contada a nossos netinhos!
Moramos numa cidade que sediou alguns jogos da Copa, entre eles o jogo da Inglaterra contra o Brasil. Foi a maior confusão aqui, a maioria dos brasileiros queria assistir a partida. Afinal, quando apareceria outra oportunidade dessas na vida? O problema foi que a partida se realizou durante a semana, no meio da tarde. Algumas empresas não quiseram liberar os brasileiros do serviço, chegando a fazer inclusive barricadas! Ameaçaram demiti-los se não continuássem a trabalhar. Mesmo quem passou mal (de verdade) não pôde sair da fábrica. Tiveram que aguardar até o final da partida! Um absurdo? Com certeza, mas os japoneses não têm esse mesmo espírito de Copa que está enraizado no nosso sangue. Aqui não se pára nenhum minuto para prestigiar sua seleção, que dirá parar meio dia como no Brasil.
A seleção brasileira chegou à final e foi concedida uma quota de venda de ingressos para brasileiros e alemães, era só apresentar o passaporte nos postos de venda em Tokyo.Foi mais uma corrida para conseguir os ingressos. Um amigo nosso disse que iria viajar de madrugada para ficar na fila. Nessa semana meu marido estava trabalhando no turno da noite. Lamentou não poder ir junto com esse amigo. Meu marido voltou do serviço, tomou banho, se enfiou na cama e rola de um lado, rola de outro e nada de pegar no sono. Os ingressos...
Ele se levantava, olhava na internet, deitava e rolava. Os ingressos...
Bom, vendo tamanha aflição, falei para ele que se ia ficar assim, era melhor ir de vez comprar esses ingressos. Ele pensou, ligou para o amigo que já estava lá. Os postos ainda iriam abrir somente daqui a algumas horas, já havia uma fila interminável lá mas ele iria guardar um lugar para meu marido.
Foi só o tempo do meu marido se vestir, pegar os passaportes e ir atrás de um caixa eletrônico para pegar dinheiro. Foi de trem bala, quase se perdeu em Tokyo para encontrar o local de vendas. Estava a maior confusão, passaram senhas falsas de madrugada e muitos estavam nervosos e partiram para o quebra quebra.
Meu marido fez amizade com alguns brasileiros no trem bala, não sei como mas eles conseguiram furar a fila e entraram dentro do posto de vendas, antes que as portas se fechassem por causa do quebra quebra. Antes ainda conseguiu contatar nosso amigo e conseguiu comprar um ingresso para ele também.
Voltou cansado mas feliz de ter conseguido comprar os ingressos. Estava tão feliz que nem se importou de não ter dormido nada e foi trabalhar assim mesmo, levando no bolso os ingressos para mostrar aos amigos.
Chegando o grande dia, fomos eu, meu marido e nosso amigo para o estádio de Yokohama. Pegamos um trem bala na cidade de Hamamatsu e enquanto aguardávamos na plataforma, vimos um homem alto e enorme se arrastando pelas escadas rolantes e andando com dificuldade até uns bancos ali na plataforma. Era o famoso lutador de sumô havaiano, Konishiki. O homem suava às bicas, pudera carregar todo o peso daquele corpo não devia ser fácil (cerca de 200kg). Nosso amigo correu para pegar um autógrafo e fomos atrás também, assim como alguns japoneses que estavam na plataforma. Ele deu autógrafos e posou para fotos. Mal olhava para nós, devia estar cansado dessa vida de celebridade. Não diria que é simpático mas também não nos afastou ou foi grosseiro. Enfim, chegou nosso trem e embarcamos.
No trajeto, nossas camisas amarelas chamaram atenção de alguns passageiros, que nos perguntavam se estávamos indo ver o jogo final. Muito simpáticos, desejavam boa sorte e que estariam torcendo pela nossa seleção.
A movimentação era grande já na estação de Yokohama, muitos torcedores procurando ingressos, cambistas, gente que usava fantasias grotescas ou engraçadas querendo aparecer. Muitos vendedores de camisetas, gente pintando a cara com as cores do seu país. Passamos pela revista e fomos procurar nossos lugares. O estádio já estava quase lotado, chegamos faltando umas duas horas para o início da partida. Os brasileiros que meu marido conheceu no trem bala já estavam lá, todos vestidos à caráter, perucas e bandeiras do Brasil. Havia alguns torcedores alemães nas cadeiras do fundo, mas a maioria vestia verde-amarelo ali, muitos japoneses e outros estrangeiros também.
Sentamos atrás do gol da Alemanha e o gramado se estendia enorme na nossa frente. Quando os jogadores entraram, foi uma emoção tremenda! Não dava para ver os rostos de ninguém, estava longe à beça, mas acompanhávamos tudo pelos telões.
Começando o jogo, já ninguém conseguia ficar sentado, todos em pé, para não perder nenhum lance.
Foi uma sucessão de vaias, aplausos, " Ihhhs" e " Ahhhs", a cada jogada.
Mas aquela noite era dos nossos astros, o trio matador dos R (Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho)e logo vieram os dois gols que consagraram nosso time pentacampeão. O Estádio parecia que ia vir à baixo de tanto que pulávamos e gritávamos. Foi uma festa! Vimos Cafu declarando seu amor à sua esposa, a chuva de origamis de tsurus (lamento não ter pegado nenhum para guardar de recordação) e da volta olímpica com Felipão à frente, erguendo seu punho como se dissesse " Estão vendo! Depois de tantas críticas, eu cheguei lá! Eu consegui!"
Saímos radiantes do estádio, gritando sem parar " É campeão!", "Brasil, pentacampeão!" ou cantando " Sou brasileiro, com muito orgulho!".
Fiquei rouca por uns bons dias, mas saí com a alma lavada e feliz por ser brasileira!
Tenho certeza de que tive uma oportunidade única na vida, de estar numa final de Copa e poder presenciar a vitória da nossa seleção. É uma emoção que não tem como descrever, só quem esteve lá sabe desse sentimento. Ainda hoje, lembrar disso tudo me faz arrepiar a pele. EU ESTIVE LÁ!

sábado, julho 01, 2006

As Cidades Litorâneas da Grã-Bretanha

Lembro da primeira vez em que estive na costa britânica. Foi em 1990 num passeio com duas colegas. Pegamos o trem em Londres e fomos até Rye. De lá fizemos várias caminhadas e uma delas nos levou até próximo do Porto. Esperava praia de areia, e à medida que nos aproximávamos já sonhava em tirar os sapatos e andar na areia para descansar os pés cansados. Ao me deparar com pedrinhas foi um susto. Não estava esperando por aquela surpresa. Daquele primeiro contato só o que ficou foi a impressão de desconforto das pedras, de como areia era mais agradável.

Porém nem só de praias de pedrinhas se faz a costa inglesa. Há um pouco de tudo. Aprendi com o tempo a admirar como se potencializa a costa que se tem, como a natureza é tão variada, e o ser humano muitas vezes é tão adaptável. Para começar a apreciar e a gostar desta costa bem diferente da nossa tive que tirar o chapéu de brasileiro, tive que colocar um chapéu novo, de cidadã do mundo. E passei a olhar para a paisagem e a ver a beleza do que é diferente.

Estas fotos são de Brighton, uma cidade praiana bem famosa do sul da Inglaterra, a aproximadamente 1 hora de Londres. Como você pode ver tem um ‘píer’que é tão característico desta parte do mundo. Encontram-se muitas coisas nos piers: lojinhas de doces, lugares que vendem comida, umas tendas com jogos – aquelas máquinas de pinball, máquinas de garras em que se coloca moeda e se tenta pegar bichinhos de pelúcia..

Você pode ver também as casinhas coloridas - chamadas de beach huts, que tem donos. As pessoas fazer fila para comprar estas casinhas pela costa toda – a oferta é pouquíssima e a procura imensa.Clique aqui para ver uma seleção de belezas. Caso você esteja tentando imaginar o tamanho delas logo lhe digo que é minúsculo.Geralmente abrigam cadeiras de praia, mesinhas, e objetos praianos. Elas variam no visual de acordo com a parte da costa. Algumas são bem na beira da praia, e as pessoas se sentam nas suas cadeirinhas olhando os passantes na areia.

Num dia de passeio na praia se joga, se nada um pouco no mar, se come ‘fish and chips’.. As estradas ficam lotadas num dia de sol, como em todo lugar do mundo. As pessoas ficam louquinhas por um dia de sol na costa. Este elemento nos une.

Voltarei outras vezes com pedacinhos da costa da Grã-Bretanha para lhes mostrar.